sábado, junho 23, 2007

Consciência

Sou inconsciente
Minha vida faz sentido
Sua vida faz sentido
Nossas vidas fazem sentido

Cagando e andando saio de casa
Não me importo com sentidos
Corro até eles
Assusto-me com sua face
Manipulador das certezas

Identifico-me com a nuvem
Quero ser o arco-íres
Monotonia confortável
Putaria inconfundível

sábado, junho 16, 2007

Selva

Os homens ládram
Os homens gemem
Louca deselegância

Susurros, gritos, disparos
Balas constrangidas
Alvos a mira

O tiro saiu pela culatra
Os cães viraram lobos
Os homens viraram pó

Sentidos Abstratos

As paredes ouvem
Os animais ouvem
Eu não ouço

Tlescópios enxergam
Lupas enxergam
Eu não enxergo

Quem nasceu primeiro?
O mundo ou meu ego?

Capital

Museu dos sonhos
Cárcere das idéias
Correio dos analfabetos

Chão sem brilho
Chão sem trilho
Ilusão disfaraçada

Futuro contido
Destino observado
Realidade perfeita

sexta-feira, junho 08, 2007

Maldição

Rogo meus pêsames pela esperança dos Deuses
Ridículo ego insensato
Podre espírito encarnado

Deuses figuram entre humanos
Humanos figuram no vácuo
Encubamos o sopro dos medíocres

Prendo-me as asas dos anjos do inferno
Caio no meio de nuvens
Enveneno os anjos do céu

domingo, junho 03, 2007

Viver

Morte não é mistério
Morte não é morte
Quando alguém morre está nascendo

Pra que imortalidade
A morte nos contempla
A vida é um espetáculo com vários atos

Os outros

Tentei um dia ser gente que nunca fui
Tentei um dia ser feixe de luz
Mas desisti
Hoje sou o que sou
O que sou?
Perco-me em adjetivos
Procuro outros nomes
As pessoas são confusas
Quem construiu minha identidade?
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