domingo, abril 01, 2007

Passageiros

Estamos vegetando, vendo tudo passar
Ainda não nos demos conta que
não podemos mais deter o amanhã
Somo passageiros de um trem
Que ruma ao passado

Ele nos escondeu em uma gaveta
Nos tornou arquivos mortos
A espera de seu próximo capricho

Que nos tira de lá
E nos faça respirar a liberdade
De acompanhar o rumo do tempo

Horizonte

Invisível capacidade de amar
Invisível capacidade de sonhar
Invisível capacidade de ser visível

As fraquezas nos levam a perfeição
A perfeição nos leva ao nada
E o nada nos leva ao que somos

Destino

Os muros já caíram
As cortinas se rasgaram
Fronteiras já não são mais o problema

Mas o homem ainda se mata
Se destrói, se reconstrói
Na forma de uma velha colcha de retalhos podres
Com cheiro de mofo
Depois de anos trancafiadas nos porões da repressão
Mudaram os porquês
Mas todo resto permanece

Paradigma do desejo

Droga que te faz caminhar
Um alucinógeno ao avesso
Muitos por ela já morreram

Agora ela está morrendo
As folhas e os frutos secaram
A raiz apodreceu
Por falta de esperança

Esperança em quem, no que?
Nada resistiu ao ódio
Buscamos outro horizonte
O futuro é a falta de futuro