sexta-feira, maio 28, 2010

Delírios autênticos

Por um instante, que durou uma infinidade, o céu fechou e dele não saíram nem anjos nem demônios. Seria o fim da humanidade? Estaria a raça humana desprotegida da ira dos céus? Meus olhos também se fecharam e só conseguiam olhar para dentro de mim mesmo. Minha alma, cheia de culpa, gemia em busca de socorro e dentro dela a imagem projetada do cansaço, da angústia e da falta do teu corpo, que contempla meu desejo e abre minha retina para além desse mundo tomado pela ira dos anjos e calor dos demônios. Sei que teu cheiro só virá junto com o vento que sopra meus cabelos e passa rente ao meu olfato, que a essa altura perdeu a sensibilidade. Mas diante de tudo, ainda me cutuca a esperança que dessa terra de ambigüidades e cinismos vai brotar o teu amor por mim e pelas minhas loucuras, que flertam com a insanidade e mergulham numa vida de prazer e delírio intenso. Essa mistura de um homem louco com um ser platônico ainda vai dar em “samba”.

Um comentário:

Fran Hellmann disse...

Lindíssima...